quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Sob o peso de São Paulo

Uma das cidades brilhantes
Com gente brilhante
E mente apagada
Descalços na calçada
Sapato longe, pé saltitante
A cidade que dorme quando convém
Que traz solidão
Que não preenche com outrém
Interligada por metro, ônibus, trem
E um ar peculiar
De natureza falsa
E árvores que se curvam perante os andantes
Que buscam sombra como errantes
E água fresca, mas não amor
Madame, sou o seu senhor
E te digo
Não há amor em São Paulo
Mas há luzes de Natal
E o prédio da Google
Nada mal
Porque é tudo abstrato mesmo
A cidade que machuca os pés
O útero, o pulmão
A fé dos fiéis
A coluna
Todos os maltratados uni-vos
Na mais nova comuna
Dos que sonham em apagar as luzes
E dormir eternamente
Num berço cheio de cruzes
Dos que pereceram irreverentes

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

 Sobre Chifreano


Eu te fiz
Eu te moldei
No calor do carinho
No fogo da raiva
No coração pulsante
No suor de cada tarde quente
Você era quem?
Agora você é, e eu sorrio feliz
Porque você não sabe, mas sempre foi bom demais pra mim
E mesmo assim nunca foi suficiente
Eu te fiz
De trouxa
Mas agora você é mais que isso
E ainda não é o suficiente
Porque meus momentos mais mágicos não foram com você
E daqui a trinta anos eu vou pensar naquela noite
E naqueles beijos nas esquinas
E em como eu era apaixonada
E nunca foi por você
Mas a gente namorava mesmo assim
Você me dava tudo
Mas eu queria as migalhas de outro
E ainda quero
E agora nós almoçamos nossas migalhas
Acredite, foi muito bom que eu não tenha cumprido
Minhas juras de amor
Pois um dia você ia acordar e perceber
Que não era amor
Era carência
Nós éramos um
E por isso mesmo não nos amávamos
Faltava amor próprio, era isso
Ainda falta.

domingo, 6 de novembro de 2016

  O sonho bizarro


Hey, bom dia

Eu meio que preciso contar uma coisa antes que eu esqueça. Acordei chorando hoje. Meu último sonho foi muito estranho mas pensando um pouco agora eu consigo fazer as ligações. Eu estava numa cama e o Rodrigo do primeiro ano queria me dar injeções de anestesia, só que seriam no pescoço. Esse disse que elas seriam boa na batalha que se seguiria porque assim eu não sentiria dor quando me batessem e isso seria bom. Eu estava meio relutante porque as agulhas eram grossas mas de tanto insistir eu acabei cedendo. Eu vi em sonho 4 agulhas grossas perfurarem meu pescoço. A primeira doeu muito e as outras foram doendo menos mas elas deixaram marcas nítidas de coágulo. Por alguns segundos eu sentia que o Rodrigo do primeiro ano era o Rodrigo meu ex, mas é aquela coisa maluca de sonhos quando uma pessoa pode ser duas, entende? Bem, pra me distrair eu liguei o filme de A Culpa É Das Estrelas e já começou da parte em que os três (Hazel, Gus e Isaac) estão jogando ovos na casa de alguém que não lembro quem é agora. Só que a cena era um pouco diferente. Eu era a Hazel e nós estávamos numa arena de batalha como se fosse em Jogos Vorazes. Eu me dei conta de que estava com uma roupa muito nada a ver e que eu sentia falta do meu arco e flecha. Tarde demais, uma garota do outro time me atacava sem piedade e por conta da anestesia eu não sentia muito mas também ficava muito lenta pra atacar de volta. Usava as armas que eu encontrava pelo chão, que outra pessoa derrubava, mas a garota tinha um arco e ela cravou flechas na minha perna e nas minhas costas. O Gus, do meu próprio time, cravou meu braço numa lança presa numa âncora e se eu quisesse fugir dali precisaria... você sabe, eu não quero dizer porque me da muito aflição me lembrar da cena. É, eu fiz isso no sonho. No final da batalha eu estava quase morta. Eu sabia que o Rodrigo era um traidor e o Gus ainda veio me dizer que tudo não passava de um trato com os adversários. Eles me dopavam para eu não trazer o arco e flecha em troca de entrar no time inimigo. Eles saíram do meu campo de visão e eu nem podia me mover. Eu estava perto da escola (o que aconteceu antes desse sonho se passou todo na escola, mas não me lembro muito bem) e avistei o Patrick, um garoto também do primeiro ano que eu e minhas amigas detestamos. Precisei chama-lo mesmo correndo o risco de ser ignorada, mas ele não fez isso. Veio prontamente me ajudar, me carregou até meu dormitório na escola (é, so sonho eu tinha um) e me ajudou a dar pontos nas feridas e a limpar todo aquele sangue. Quando estava me despindo achei todas as armas legais que eu tinha pego durante a batalha e percebi que talvez eu não devesse mais participar daquilo. Facas, foices, serras, tudo debaixo do casaco. Depois o Patrick me ajudou e ir encontrar a menina do outro time (provavelmente a capitã) que tinha planejado tudo. Quando a encontrei ela não estava com nenhuma arma então eu a xinguei e bati nela, mas bati tanto até ter o sangue dela no meu sapato. O Patrick me ajudou a voltar de novo e quando eu já estava me afeiçoando (conversamos muito no sonho) ele disse que precisaria ir. Vi de novo um pouco do meu ex ali, por conta do tempo limitado. Eu disse que tudo bem, que conseguiria sobreviver apartir dali. Então mais algumas coisas aconteceram e no final do sonho eu estava no dormitório e bateram na minha porta dizendo que eu estava com revista playboy ali, o que era proibido. De fato eu olhei para a parede, coisa que não tinha feito com atenção antes, e de fato tinha uma playboy ali. Nem tentei esconder, saí de quarto e disse como aquilo foi uma armação pra cima de mim e que não era a primeira vez. Já tinham me acusado de roubar CDs, de portar Playboy, de trocentas coisas, sempre parecendo que fui eu (só aconteceu no sonho) e eu comecei a chorar e disse que ia contar a história de como tinha ficado com as marcas de agulha no pescoço. E essa foi a hora que comecei a chorar muito e a dizer que eu odiava a escola (e isso é FATO) e eu acordei chorando porque foi muito real e eu achei mesmo que eu tinha marcas de agulha no pescoço. Eu ainda não me olhei no espelho mas eu acho que não tem nada no meu pescoço por mais que eu sinta. Sei lá, é um lanço meio psicológico mas eu estou meio abalada ainda. Enfim, acho que foi um dos sonhos mais intensos que já tive e precisava conta-lo porque sei que logo logo esquecerei, e eu não quero esquece-lo. Hoje é o segundo dia do ENEM então boa sorte pra mim.
TTYL.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Hey, (eu achei que tinha postado isso ontem)

Hoje é segunda feira, dia da famigerada prova de Física na qual eu deveria tirar 7,5 pra passar de ano mas no caso eu não vou tirar. Eu já aceitei minha ida ao exame e provavelmente conselho. Eu sei, tive sábado e domingo para estudar mas no sábado eu estava com gripe e no domingo eu desisti da vida. Fui pra casa da minha tia com minha mãe e vó. Eu poderia não ter ido, mas se eu ficasse em casa provavelmente ia ficar assistindo série e não estudando. Aliás, Demolidor é uma ótima série caso você não esteja fazendo nada. Não promete muito logo também não decepciona. É diferente de todos os filmes de heróis que você já viu, nos quais ninguém nunca morre ou se fere gravemente (no máximo ficam com um olho roxo mas logo levantam e voltam a lutar). Os vilões não tem super poderes e o herói não precisa destruir metade da cidade pra salvar alguém. Na verdade o máximo que ele destruiu na primeira temporada foi seu próprio apartamento. Enfim, é muito massa mesmo.
Enfim, todas as provas que farei depois da de Física eu não precisarei de nota então estou pensando em tomar vergonha na cara e fazer a orientação para os exames desde já. Tomara que não caiam graficos em Álgebra. Enfim, vou terminar por aqui porque não tenho nada realmente interessante para contar.
TTYL

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

#DeOntem


Hoje é sexta feira e a preguiça bate muito forte. Estou escrevendo antes de ir para a escola porque ontem tentei escrever no carro e fiquei enjoadíssima. Não tinha bolacha maizena que melhorasse o estado do meu estômago.
Hoje tenho prova de Biologia mas eu posso zerá-la que eu ainda passo de ano. O problema é o inglês, mas não um problema tão grande assim. Preciso tirar 2,5 mas eu não estudei nada. Vou ter que sair mais cedo da prova de Bio e tentar estudar o vocabulário que é sempre 80% da minha nota.
A tarde tem jogo de futebol dos meninos e das meninas, estou ansiosa para assistir. Semana passada fui despretensiosamente, só pra acompanjar a Paula e eu me diverti muito. É sério, minha barriga doeu de tanto rir dos nossos próprios comentários. E tem um garoto muito fofo do segundo ano que joga no time dos garotos do terceiro. Ele tem autismo e não joga nada, por isso mesmo eu achei muito legal da parte dos meninos por deixarem ele entrar no time. Ele é muito educadinho, se bobear ele pede desculpas se alguém bater nele. Tomara que o time ganhe hoje, o Pedro apostou com a Paula que ele fará 4 gols contra o nono ano.
Mudando bruscamente de assunto, finalmente eu estou me dando com o meu cabelo. Depois de um ano e três meses que eu parei de alisar o cabelo. Não que antes eu o odiasse mas minha auto estima não é das melhores. Agora eu estou conseguindo que os cachos tomem forma e eu não evito mais superfícies refletoras na rua ou no banheiro da escola.
E agora sim o assunto que mais me incomoda. Nosso grupo de teatro queria apresentar uma peça surpresa para o nosso professor na última aula e fazer uma festinha e tals. O Rodrigo insistiu para que fizessemos O Conto dos Três Irmãos do Harry Potter, sabe? Mas além de ter muito pouco a ver com os gostos do professor, ainda teríamos que desenvolver falas e colocar um narrador. Ia ficar uma merda e não sou só eu que pensei isso. Conversando com a Soraya, Paula e Cyntia decidimos propor uma nova peça e até falamos com o Rodrigo sobre isso no almoço. Ele levou super na esportiva e até aí tudo bem. Ontem rolou uma reunião e eu pensava que ia ser sobre a nova peça e para minha surpresa o Rodrigo ignorou totalmente nossa proposta e estava afim de escolher os personagens para a peça boba dos Três Irmãos que ele está ansioso demais pra fazer! Eu fiquei com muita vergonha de propor a peça nova na frente de todos. Eu odeio ser a chata que aparece com propostas diferentes em cima da hora mas sobrou pra mim dar a notícia, mesmo a Soraya sendo melhor nessas coisas de falar. Todo mundo fez cara de cu e eu me senti enjoada. O crush do teatro parecia surpreso mas acho que gostou um pouco da ideia também. Hoje eu penso em ler a peça e dar uma enxugada para postar no grupo do whats depois. Ninguém mandou eu abrir a boca, agora tenho que trabalhar. Sinto que o Rodrigo está puto conosco, principalmente comigo. E deve ter mais gente me achando uma vaca. Mas depois de pensar um pouco eu percebi que se todo mundo gosta de você então você não se opôe a nada, e se você não se opôe a nada tem algo errado porque ninguém concorda com tudo. Faz um tempo desde que eu decidi me impor, acho que não tenho mais energia pra isso, mas agora terei que ter.
Percebi agora que deixei meu remédio pre dor de gargante em casa. Merda.

Enfim, é isso aí por hoje.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Memórias base


Eu não sei se você já assistiu a Divertidamente, mas se não assistiu tentarei explicar. O filme se passa dentro da cabeça da Riley, tem como personagens suas emoções (Alegria, Tristeza, Raiva, Medo e Nojinho) e a trama se desenvolve quando a Tristeza da um sumiço nas Memórias Base da Riley. Memórias Base são umas memórias super importantes que moldam a personalidade da garota. 
Se nesta terça-feira eu não criei uma nova memória base, pelo menos será uma memória inesquecível. No começo do dia eu tive prova e depois aula de teatro. Faço teatro na escola mesmo, junro com pessoas que se tornaram meu amigos. Depois da aula ficamos com preguiça de ir pra casa então nos sentamos nos bancos do lado do pátio que não é coberto. Passamos muito tempo naqueles bancos esse ano, as vezes tomando um sol, conversando, jogando Stop. Esse dia estavamos apenas conversando e o céu estava bem nublado. Não demorou muito para que começasse a chuviscar. Pedro não queria se molhar pois o pai ia busca-lo dentro de meia hora e ele disse ao pai que estaria estudando na biblioteca. Eu, Paula e Cyntia ficamos nos resfrescando, sentindo as gotículas de chuva cair na pele, formar como que orvalho no nosso cabelo. Logo a chuva apertou e Pedro precisou entrar na escola ou ficaria ensopado. Nos ficamos na chuva, estava tão quente, parecia um banho morno. Ficamos no banco cantando músicas que falavam em Chuva (mesmo de forma metafórica) Set Fire To The Rain, It Will Rain, A Cyntia até dançou Singing In The Rain. E sentada no banco cantando com elas debaixo da chuva forte com as pessoas no pátio nos achando doidas me trouxe um mix de euforia e tristeza. Tristeza por saber que isso tudo está pra acabar mas euforia por estar vivendo aquilo intensamente e eu nunca vou me esquecer desse dia. Voltamos molhadas para o pátio, eu estava muito feliz mesmo e vou sentir muita falta dos meus amigos no ano que vem. O Crsuh da aula de teatro riu da gente e foi legal. 
Enfim, por hoje é só.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

  Bons textos em seus devidos contextos


É de manhã. O céu está rosado e a fumaça que sai da chaminé da fábrica parece algodão. Meu olhos ainda estão vermelhos porque eu chorei essa manhã; um choro curto porém intenso. Tanto se falou da catarse que o texto de minha colega, Katia (nome falso), publicou no jornal da escola (ela até recebeu um bilhete do diretor da escola, escrito a punho, elogiando seu trabalho) e eu ainda não o tinha lido. Tomei vergonha na cara e o li esta manhã. Em síntese ela fez uma comparação da escola com o País das Maravilhas de Alice, e usou o ônibus, suas janelas e portas como metáfora para a vida. É um texto emocionante e genial, e me tocou muito porque somos do bolsistas e a transição de uma escola pública qualquer e a melhor escola particular da cidade foi intensa. Aconteceu há três anos mas parece que foi ontem.
Eu nunca tinha pensado nessa escola como o País das Maravilhas. Pare mim sempre foi mais como em Jogos Vorazes: uma garota mediana que se voluntariou e foi parar num local cheio de gente rica e estranha, depois de desfiles e regalias eles me jogam numa arena cheia de desafios com varias outras crianças e que vença o melhor no fim. Okay, eu sei que a comparação é muito trágica e eu passei momentos muito bons lá. E refletindo um pouco eu acho que lá é um pouco País das Maravilhas mesmo. Eu apostei corrida com o Tempo incontáveis vezes, enfrentei a Rainha de Copas (as notas vermelhas que queriam cortar minha cabeça), tive Horas do Chá memoráveis e muito non-sense (almoço)... É, somos todos um pouco Alice.
Mas isso está chegando ao fim e eu não vejo a hora de acordar da minha soneca sob a sombra da árvore, com um livro em meu colo e talvez um coelho branco saltitando por aí. E mesmo assim eu chorei e não fui só eu. É um texto muito bom mas eu acho que eu não tenho o direito de publicá-lo aqui sem prévias autorização. Por outro lado eu não posso pedir autorização porque eu não quero divulgar esse blog. Me deixou numa sinuca, então eu não vou publicar mesmo.
Enfim, me encaminho agora para a última prova de Gramática e Literatura da vida. Eu não preciso de nota mas terei que ficar até tarde na escola para tirar foto para o anuário e experimentar a beca de formatura. Quando chegar em casa escrevo sobre outra coisa.
TTYL